terça-feira, 24 de novembro de 2009

Monólogo a dois - Emaranhado de letras juntas

*Mas o que é a poesia? Se não um emaranhado de letras juntas, de maneira que "pareça" algo belo, quando na verdade podem mencionar algo belo, mas não o ser.

- Como não, se tantas vezes muito mais bela é a descrição, em poesia ou até mesmo em prosa, do que o próprio descrito.

*Impossível, a beleza é intrínseca.... do elemento a que a poesia comenta... e nunca ouvi dizer que o tal empreste-a a descrições, poética ou não.

- Pois muito mais que emprestar... elas partilham suas belezas, partilham tanto que não só nas descrições posteriores ela permanece, mas tmb até antes de ser descrita pelo tal criador a beleza já foi passada adiante, se encontra no seu pensamento.

*Argumentos belos e bobos os seus, a mim não há real beleza que se descreva.

Assim como o gosto não existe até que eu prove,

O cheiro não existe até que eu sinta,

E a musica não existe enquanto longe dos meus ouvidos.

- Pois longe do seu mundo eu quero estar, pois pra mim tudo é certo, tudo é real, até que se prove o contrário. E nada é mais sólido e real que uma letra certeira lhe acertando em cheio... O que diria de uma palavra, de uma frase... A poesia é infinita, imensurável... É a materialização da beleza que guardamos dentro das nossas margens...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

As decisões são...

Não vale a pena esperar...

Tento parar pra iluminar as dúvidas com "conceitos"

Listas de prós e contras, planejamentos... balela

Nada pode imputar certeza de acerto

Na maioria das vezes as decisões são..., são...

A coisa mais indecisa que fazemos

E o tempo é recurso escasso,

E as horas que passamos analisando não voltarão

Pelo contrário, se a decisão trouxer qualquer...

Rabisco de inexatidão...

Pode estar certo que as horas de arrependimento serão maiores.

Portanto, às vezes (diria em quase todas elas)

Mais certo é fechar os olhos,

Respirar fundo

E seguir pela fé (ou qualquer outro abstrato que tiver a mão)

Que esses, ah, esses não costumam falhar.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Aconselhando-me

Rejeito "conselhos", dicas, ajudas verbais

E em razão disso às vezes me tomam de anti-social

O problema é que as verdades suas,

Quase que certamente não serão as minhas

Os problemas que superou, talvez a mim nem apareçam

Os atalhos que traçou, não cruzam meus caminhos

e talvez, ainda pior, levem meu pensamento a abismos

Uma vez me disseram que tudo que me dissessem é balela...

o que vale é o que eu digo a mim mesmo...

Se o que vc disser coincidir com isso.... bem, se não...

Trocando em miúdos:

Conselho é o que já é meu antes de sair da sua boca...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Coisas Velhas - Romântico Atlântico

Passa o tempo, o tempo para, para o vento e aqui dentro não sara.

Continuo, eu, sendo o sarcasmo de um "romântico sem coração".

E qual o sentido do romantismo sem a peça da contradição?

Se um sentimento sozinho é uma utopia sem caminho.

Se meu classicismo não renasce, se sôfrego seguir sozinho.

Se a razão do estado afetivo ultrapassa um pacífico romântico,

Desprezo os índicos, os frios e os vermelhos, e hei de ser o atlântico.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Monólogo a dois - Ainda

- Eu vou, se não tenho escolha, escolhido está... Melhor fingir que aceito a expor obstinação sem intento.

* Daí parti, seis minutos adentro, correndo contra o tempo...

-- Você vem comigo

- Mas não sou feliz ainda, não estou satisfeito ainda, na verdade nem sei quem sou... Ainda.

-- "Ainda" é advérbio de tempo, se na negativa: que não chegou, se no positivo: que não se foi... tempo que não combina em nada com alguns sentidos, quase sempre estes são maiores... Não cabem em tempo algum.

- Pois pra mim o tempo foi maior

-- Pois o certo é que pra ti "a racionalização" foi maior, já neste momento e "ainda" pensa em tempo.

- Ainda é tempo...

-- Por Pouco Tempo

-- Foi infeliz? Nunca amou? Nunca se deu? Nunca te deram?

- Não, não, não e não. Não sei o que sou, mas sei o que não sou.

-- Pois já é mais que o suficiente...

- Ainda bem...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Coisas Velhas - Vencedor

Qual a ventura de se ganhar sempre

Se sem derrotas sigo sempre ausente

Qual a coroa de ser sempre o primeiro

Se não verei nortes que limitem meu inteiro

Triste é ser, sem querer, quem só vence

Triste é a vida de quem a "dor surda" não entende

Triste é alcançar sem memorar o caminho

Triste é vencer, andar adiante e sozinho.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Em busca de precisos

Tudo que preciso ...

é que me reconheçam como único, ainda que em meio a multidão

Tudo que preciso ...

é que me abracem, sem que precisem antes enxergar meus exteriores

Tudo que preciso ...

é que me enxerguem, ainda que sentado e quieto, em um quarto escuro

Tudo que preciso ...

é que me sintam sem que precise antes pular, gritar, "sambar" a atenção

Meus "precisos" imprecisos (mas preciosos) são como sonhos

Aos quais, talvez, sua presença não seja tão importante

Em mim... Faz-se muito mais necessária sua ausência...

Para que não me acomode e continue em busca

Um ser humano em vida é um ser humano em busca...

E a maior das buscas é, talvez hoje, a menos buscada

A busca a si mesmo, no meio dos vocês imprecisos...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Leite Quente

(Rufam os tambores) Honorável público... Peço encarecidamente...

Um pouquinho de paz e um copo de leite quente...

Engraçado, mas enxergo a paz muito mais em tempestades

Talvez pelo meu jeito (digamos: esquisito) de ser

Momentos "pacíficos de praxe" me deixam encabulado

Pra não dizer entojado, enojado, assoberbado...

Quero a paz de estar de bem com meus ideais

A paz de lutar comigo mesmo se necessário for

E com os outros... pra me fazer valer.

Bom é estar em paz pra seguir quantas batalhas eu quiser

E estar sempre armado e preparado pra combater

Paz é viver... Enfrentando diariamente o que nos impede de ser.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Coisas Velhas - Labirinto na areia

Poxa, tenha paciência comigo
Nem sempre é fácil encarar essas mudanças frias
Nem todos são mutáveis e adaptáveis como você
Eu preciso chorar uns dias
Preciso lamentar, preciso xingar o mundo
Mas depois você sabe que voltarei ao normal
E serei de novo um quase feliz

Essas tais coisas novas pra um ser analógico...
Precisam de um período de transição
Por mais que tente, esses desapegos e desamores
Não se encaixam na minha canção

Ah, se a calmaria fosse duradoura
Se as ondas fossem mais espaçadas
Construiria em areia meu labirinto
Afirmando o que sei, o que tenho e o que sinto.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Coisas Velhas - Eu faltei

Eu Faltei...
Talvez na aula mais importante que se tenha existido
A de ser feliz sozinho...
Ser feliz sem depender de caras, bocas, coroas, amigos ou inimigos,
Sem depender de sorrisos, ou de choros, de fantasmas ou de lembranças
Eu faltei...
E sempre achei que isso fosse bom,
Sempre soube disfarçar ser eu mesmo, o bonzão, o independente...
E me provo a cada dia que em cada pulo tenho uma queda diferente
Que até pra coisas boçais, banais, até pras culpas... sou inocente
Eu faltei...
E vou me torturar pro resto da vida por isso

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Toma esse café e escuta

Calma, senta aqui, toma esse café e escuta

Escuta que nem sempre se deve escutar

Escuta que só escutando... as partes mais precisas de ti se esconderão no silêncio

E que existem lugares em que sentimentos abandonados se tornam imprecisos...

Precisa aprender a enxergar as arestas do que ouve

Precisa aprender a ouvir a música que emana dos olhares

(clara e obviamente mais precisos)

Escuta que às vezes até os ouvidos nos clamam a abandonar a mudez

Escuta que na próxima vez não quero que me ouça

Quero que me digas...

E que na próxima vez que venha me contar um trecho do seu filme

Tu sejas a atriz principal.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O crime compensa (ou: Existem Dias)

Existem dias em que precisávamos recomeçar em tudo...

Voltar e repensar cada uma das escolhas precessoras

Mudar as músicas que já se exibiram na nossa vitrola vital

Repaginar, refiltrar, Refilmar... todos meios pra tentar novos fins,

Existem dias em que necessitávamos novas cores pros nossos quadros

Que a vontade é que todas nossas construções fossem demolidas

Ou desmontadas que seja, para que numa nova releitura...

Criássemos algo novo, totalmente reestruturado, remodelado...

Mas como às vezes precisamos de ajuda pra isso, confirmo:

O crime compensa e mais que isso... faz luzir...

se a vítima, sua obra, puder reconstruir.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Curtas - "A-mando"

"Eu não sugiro. Eu quero

Eu busco. Eu decido.

Eu não proponho. Eu ponho.

Eu tiro. Eu viro.

Então se quer fazer parte de mim...

Se encaixe.

Do ardor à dor, vivo em um

Mundo a-mando meu"

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Rascunhos

Tanta sabedoria presa em repressoras margens

Tantos ideais impressos em tão pouco espaço

Essa relação: humano x espaço é confusa

Se por vezes "cabe" abundantemente em tão pouco

Em outras, o que cabe é plenamente insuficiente

O que nos cabe e o que transborda...

É extremamente particular de cada "persona"

Por isso digo, escrevo e repito :

Não me venha entregando textos prontos

Eu não abdico dos meus rascunhos.

- Sabiamente eu nunca sei nada...

Mas não é por isso que vou aceitar tudo que me vier.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Coisas Velhas - Mão Dupla?

O que é certo?

Agir conforme pulsos, impulsos, aos pulos ou

Seguir sem pressa, pensar-agir, olhar antes de sentir?

Quem é certo?

O que fala, o que sente, o que fere e não "com-sente" ou

O que, tímido, ouve, guarda, "ad-junta" os advérbios e adjetivos?

Quando é certo?

Agora, já, relação "surgiu/resolvo" sem demora ou

Daqui a pouco, me preparo, "memotivo" e vou "membora".

Onde é certo?

Em mim, no espelho, nas entranhas estranhas de quem sente ou

Lá, no horizontal, no vertical, no horizonte ou no vértice?

Cá com meus botões... Prefiro fingir que não sei dizer...

Quem é certo quase sempre num sabe o que diz

Enquanto o errado invariavelmente tem certeza absoluta

Descobri o Sentido da vida: Ela é mão dupla.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Manual de comportamento sentimental

Como se comportar com seus sentimentos?

Se exagerar na demonstração deles: você é frágil

Se vacilar ao mostrar ou esconder algo: você é frio

Se abraçar muito: você é uma velha mala

Se não gosta de muitos toques: você é nariz empinado

Se não chorar: você é uma pedra de gelo

Se chorar: você é uma manteiga derretida

Como se comportar com seus sentimentos:

Ser um nada... sem relevância alguma

Não acender as luzes, mas também não ficar no escuro

A meia luz o dia inteiro... enquanto vive ou enquanto sonha

Obs.: Não perca os próximos capítulos:

Como se reprimir,

Como se fingir de pedra

E o mais procurado nos dias de hoje:

Como ser o que todo mundo é.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Coisas Velhas - Cada Quarto da Construção

Saio de mim nas noites mais frias
E a outra dimensão sempre é maior
Dublar a mim mesmo sempre é mais fácil
E as falas impostas, já sei de cor.

E o velho papo de máscaras segue sem reciclagens
Sem mudanças, novas premissas ou abordagens
Com filósofos crendo que "elas" são o "poderoso mal"
Com seus livros expostos no Jornal Nacional.

Você é cada pedaço das suas atitudes
Desde as sutis às mais rudes
Você é cada quarto da sua construção
Desde o talvez, o sim, e o não.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Coisas Velhas - Algo que finjo não ver

Tudo recomeça nublado,
Muitos sentimentos perdidos, Muitos pensamentos dopados...
Muitos abstratos a escrever, Muito trabalho na mesa...
Muitas dívidas em haver, Muitas chamas acesas...

Sinto a Falta de algo que finjo não ver...

Tudo recomeça nublado,
E pra distrair: Brinco de ser verdade e sem tinta maculo a realidade.
Meu dicionário de sentimentos cria sinônimos ilusórios pra burlar o escritor,
E eu sem ele (ou sem meu café) sou apenas uma dúvida maior...

Sinto a Falta de algo que finjo não ver...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dispenso a Previsão

É nesse bate-cabeça maluco que crescemos

É em meio à turbulência que a paz tem maior valor

É a cada derrota que enxergamos nossas carências...

E o que nos faltará para a "vitória maior"

Galos na cabeça são anos de experiência

Cada gota de sangue, nos torna maiores

Cada erro, é reflexo de um acerto posterior

Eu ("a la Los Hermanos") Dispenso a Previsão

Errar é mais que humano.

É a divina maneira que temos de aprender os lugares errados.

E não adianta se preparar, se predispor, se planejar...

Não há verbo que sustente o inesperado

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Corrente Alternada

Todas as trilhas me parecem guiar pelo mesmo caminho,

Mas a velocidades e obstáculos diferentes.

E o engraçado, e irônico diria eu

É que mesmo escolhendo trilhas diferentes

Partindo de pontos diferentes

Com sonhos desiguais, ideais antônimas

Acabamos cruzando alguns caminhos sempre

Em "corrente alternada", claro, mas vira e mexe, e:

Eita, to correndo a mesma estrada de novo... rs

Com novos obstáculos, num ritmo diferente,

Mas reconhecendo o mesmo fim no horizonte.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Uma infinita aula de matemática avançada

São tantas barreiras impedindo cada fração da evolução

Que ás vezes o processo se torna, ao inverso, uma involução

Parto rumo ao incansável futuro e chego no estado passado

Engraçado que com os dias, com a experiência, o amadurecimento

Ao invés dos embaraços se tornarem mais simples, o oposto se faz...

Basta aprender a resolver alguma equação que... pode ficar certo

A próxima será mais complicada, com mais variáveis e operações

E como uma infinita aula de matemática avançada, os dias passam.

E vamos em busca de graduações, metrados, doutorados...

E formação alguma nos é esclarecedora o suficiente...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Coisas Velhas - Calmocidade

As estações vão passando e eu na janela da locomotiva.

Vou ficando cada vez mais Louco...Motivos? Mutações.

Sinto chegar a obrigação de ser adulto... adúltero.

Sinto o desejo de permanecer moleque... maluco.

Sinto que me anunciam: Próxima estação: MATURIDADE

Sinto... mas continuo no trem e as portas se fecham com velocidade

Portas que representam minhas escolhas, meus tabus e minhas vontades

As oportunidades vão se esvaindo e as chamadas se repetindo...

e inocente (na medida do possível), sigo adaptando valores e desafiando minhas verdades.

- Favor desembarcar, Estação Terminal da linha X: Calmocidade

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Dívidas

A alma devia comandar as possibilidades carnais

Devia ultrapassar o físico e suas "neuras intelectuais"

Desvendar o que esta à frente , aos lados e, porque não, Atrás

Ajudar esse corpo-torto-morto a entender um pouco mais.

Devia não se apequenar diante de gigante algum

Devia mudar só por vontade própria e só pra cima

Ela devia ser como um balão que se enchesse infinitamente

Devia se expandir sem fim, voar sem direção, fluir sem precisão...

Devia conseguir se recompor sozinha, quando lhe mutilassem pelo caminho.

Devia suprir os espaços vazios com o que nos transborda em outras partes

Ela devia tantas coisas, mas não me ressarcia e eu sempre soube o porque...

Porque eu em contra-ponto a devo muito, mas muuuito mais...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Coisas Velhas - Disso

Cabe a você tudo que é descabido ao mundo
Saiba de ti, porque o mundo nunca a ti se apresentará
Aliás, nem de ti, é fato, saberá
No máximo do que se externa,
Do que se extrai... chega a luz
Mas das cavernas do pensamento,
Se é no pensamento mesmo que se encontra
Pois nem onde se esconde se sabe
Disso nunca, disso jamais,
Disso... "disso" é o mais importante
Disso é você.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Palavras do Tempo

SIM... Existem cousas que não sou capaz de mudar

Isso é uma das notáveis lições que aprendi comigo

Por mais que seja a maior força transformadora.

O Palco primaz de toda e qualquer revolução

Tive de aceitar que algumas pedras estarão sempre ali...

Mas sei também que sempre podemos tomar outro caminho

Contornar qualquer pedra, por maior ou mais rígida que seja

E sobre as coisas que não mudam, o veredicto é que fiquem...

Aqueles falsos paradigmas que açudam metade dos sonhos

Que continuem... Quietos... Estagnados... Presos em mim

Posso até não derrotar todos meus obstáculos, assumo...

Mas ultrapassá-los eu posso...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Falsas Impressões

Não adentre em minha casa sem prévia autorização

Não por indiferença ou descaso, sim pela falta de arrumação

Se explanar sobre mim usando o que da minha boca sai

Mais falsas serão as suas impressões que minhas palavras

FALSAS IMPRESSÕES... (grita o narrador)

Sou assim, e não preciso que minha boca confirme...

Muito mais silêncio que barulho, "calma que trovão"

Mais cinema mudo que danceterias, mistério a comédia

Nada do que digo verborragicamente ou de caso pensado

me traduz melhor que minhas mãos e meus atos

Minha escrita e meus fatos, meus amores... e meus olhares.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Rasgos e Rabiscos

E eu grito: CHEGA DE PERFEIÇÕES BURRAS

Imbuídas por estranhos em minha cabeça

Meu quadro... eu quero é maculado

Meu livro eu quero é rabiscado

(Se possível... em partes rasgado)

Prefiro a morte de uma briga

A uma vida sem respostas e reação

Sem um murro que me desperte

Uma palavra que me devore

Um cheiro que me entoje

Um sabor que me enoje

A vida é heterogênea...

e cada pequeno passo

lhe traduz um pedaço.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Devaneios de um diferente

Sinto-me a cada badalada mais "diferente do todo"

Com o amadurecimento, sempre achei que seria mais "direito"

Aprenderia a ser o que querem de mim. Afinal é o comum...

Adultos aprendem a receber o que nos jogam a face como verdade

E isso facilita tudo, faz-nos acreditar que não podemos mudar

Trocar o "Se envolver" pelo "Sem volver"... :

-Os jovens que se quiserem pintem as faces

A minha hoje enrugada, rejeita tintas novas...

Mas, engraçadamente (e desgraçadamente em paralelo),

O que me ocorre é o oposto, o inverso, o contraste

Junto com a estatura, me cresceu a grandeza dos sonhos

Penso em um jeito de influenciar mais pessoas...

(Sim, influenciar, e nesse ponto acho, sim, que os fins prevalecem aos meios)

Mas não influenciar a pensar como eu, ou alguma idéia em particular..

INFLUENCIAR A PENSAR*, (pensar* = verbo em extinção hoje em dia)

Jogar pólvora nos ideais da minoria, acender a luz das idéias inóspitas

Ensinar que os sonhos por mais estranhos ou quiméricos que sejam...

Devem prevalecer até que se prove o contrário, ou que morram de velhice...

E não com os tiros de "realidade retrógrada", hoje disparados a deriva

Lutar para que essa ânsia de revolução presente na juventude não se esgote,

Pois nem contra o que revolucionarem eles sabem mais, rsrsrsrs.

Concluindo... sinto-me desavindo, isolado, a margem do grupo preponderante...

...E espero que isso não acabe nunca.

"Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar."

Friedrich Nietzsche

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Coisas velhas - Transformando o querer

Sabe que às vezes aquela minha pose de transformador vai ao chão...
e tudo que eu queria era uns intantes de mesmice...
Ando treinando uma tal filosofia auto-crítica,
questionando meus últimos conceitos absolutos,
e o mais cruel e difícil de lidar até agora foi o escondido na primeira frase.
"A idade pesa na sola dos sapatos", ando querendo muito...
não querer muita coisa, querer só os "queridos essenciais"
ou os que "me querem" também
Querer ou não querer, eis minha indecisão.
Esse tal querer é tão complexo.
Tanto que queria multiplicar cada linha dessas acima por 10,
de tantas divagações e pensamentos borbulhando,
mas não vou me render ao "querer", às vezes temos que tomar as rédeas.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Qual o caminho dos sonhos?

Enxergo-me a cada dia mais longe de ser o que queria

De ser o que eu esperava, o que desejava, ansiava.

E a dúvida maior é se o reflexo é o que me engana...

ou se eu que em minha vã filosofia me enganei tanto,

que hoje o que o espelho me mostra é a máxima,

e mentiroso é o meu incólume pensamento...

Busco tanto coisas inalcançáveis que quando vejo...

já não estou correndo atrás do que antes queria,

mas sim ideando algo que justifique minhas falhas

Que prove (não) cientificamente que esse sonho morreu

Que posso sem culpa ou remorso abandonar um caminho

E me colocar na inauguração de outro sonho utópico...

Que pode até me levar a caminho similar ao passado

Mas me ponha de pé e em procissão novamente,

que afinal, visualizar o horizonte e seguir em movimento é o que vale, alcançá-lo... é só mais uma variável.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Coisas Velhas - Bem-Vindo

O que fazer quando as descrenças suprem nossas convicções,
Quando o certo não é mais certo, o longe é cada vez mais perto,
O Tempo corrói meu relógio, calendários são renunciados,
Cobertores jogados a deriva, conservadorismos abdicados.
O veículo-vital transita mais veloz e eu, se desço, sou atropelado.
Então, na inércia vou seguindo, e as revoluções se repetindo.
De novo, só o gosto acre de sentir a mancebia se esvaindo.
De novo sigo único, ermo, contudo, aberto, seja bem-vindo
.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Coisas Velhas - Um Canto

Canto por não encontrar mais canto nenhum pra silenciar
Canto por não saber diferenciar a hora de sorrir da de chorar
Não saber as palavras que se dizem e as que nos fazem calar
Canto por não ter mais mistérios calados dentro de mim
Canto por não ouvir mais as marcações ou tempos verbais
Não sentir mais o ritmo, a poesia, nem saber o que me valha
Canto por não encontrar mais banda que me acompanhe
Canto por cantar, Canto pra contar, ou desencantar
Canto por não encontrar mais canto nenhum pra silenciar

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Vitrola desregulada

Realmente, às vezes, num parece que o erro seja nosso

Talvez seja o tempo que "brincalhão" como sempre

Decidiu inverter os fatos e tornar noite em brilho

Inverter os passos dessa nossa dança sem graça

Pra um movimento risonho e mais espontâneo

Sempre acreditei que na "discoteca" dos nossos tempos

As caixas ressoam, sim, pra gente, mas o controle...

ah o controle desse toca discos velho e desregulado

Está longe, alto, muito além do nosso parco alcance

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Coisas Velhas - Deixe-se

Abra suas portas com maior freqüência
Deixe as trancas abertas para sentimentos que nunca sentiu
Que possam lhe fazer o bem... ou o contrário e daí?
Se tudo se aglomera lá dentro e no final você sempre sai maior
A soma de sentimentos reais nunca nada subtrai, só multiplica.
Deixe os sons entrarem, te dizerem ao inconsciente coisas que nem o mais louco dos conscientes diria.
Deixe o bom pecado entrar, deixe-se também sair.
Deixe de tudo deixar, e depois deixe coisas diferentes.
Deixe entrar tudo que todos desaprovam,
Talvez só pra desaprovar também, mas com autoridade
Ponha-se na estrada, e até conselhos bestas como esse...
Deixe pra trás.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Coisas Velhas - Cada palavra

Toda musica tem um acorde secreto
Todo olhar traz um pensamento consigo
Cada palavra representa uma infinidade de decisões
Cada frase explana séculos de reflexão
Cada objetivo carrega no mínimo três subjetivos
Um que nega, um que afirma e um que desafia.

Talvez tudo que já aprendi sobre tudo, seja falso
Talvez nada do que fiz, fez sentido
E tudo que havia sentido... nunca se fez

Você não consegue ser imune às pedras que atira
Não consegue fugir do que ontem provocou
Não consegue ser feliz por completo, sozinho
Porque sozinho nem completo você consegue ser.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Coisas Velhas - Sem título e Sem gosto

Vida insípida, inodora e incolor

Gosto de frio, cheiro de vazio.

Jeito de sólida, soneto de solidão.

E continuo suportando-a a meio fio.

Quase sempre sem ritmo e na contra-mão.

Ah! Se ainda me doesse...

Saberia a origem dos males,

Dos que maltratam e dos que "só destratam"

E dos males qual o maior?

O que me afeta ou o que nem se importa comigo?

No meu próximo existir quero sentir a vida mais de perto,

Seus amores, suas cores, e porque não, suas dores.

Só se sente em vida quem a vida sente.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Verbo Viver no infinitivo

E de que adianta tantas opiniões, conselhos, dicas

Se no fim, cada caminho te joga onde quer,

Ás vezes, me acho poderoso, ao dar uma opinião

Que, pra mim, fundamental, pode mudar uma vida

E no instante seguinte já não vale mais de nada

Somos convidados a escolher a cada instante

E mesmo escolhas já feitas, rotas traçadas, amarradas...

precisamos reafirmar constantemente, dia sim x dia sim

Ás vezes a vontade é de ficar quieto, intocável

Sentar, pegar minha pipoca e guaraná, ligar a TV

E vigiar esse bando de gente que tem feito tanta coisa

Certo que..., tanta coisa fútil, na maior parte do tempo,

Mas que exercem o verbo viver da forma que mais lhe convém.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Fingimento Embriagado

Sonhei que em um jardim quadrado fui questionado:

Aos gritos... milhares de vozes...:

"Esse num é você, você está fingindo."

E parei pra refletir por minutos em quem eu sou realmente.

Vai que eu sou diferente e o meu mais constante é que é o fingido.

Vai que só sei fingir, num sei deixar-me levar sem previamente calcular, rs

Vai pra longe pensamento neurótico.. rs

Fingir é tão relativo, porque em tantas vezes somos tanto que não cabe em uma personalidade só, rs

O que importa e o que diz quem realmente você é:

é o sabor final desse monte de bebida alcoólica misturada, rs

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ser ou não ser

Ser ou não ser

Talvez ser nem seja tão importante,

Seja o que seja..., mas seja sozinho

Se os outros carregarem seu ser consigo

Antes de roubar trejeitos, virtudes, defeitos

Mostrem um pouquinho do que você é neles

Crie os seus próprios, com sua cara estampada

Então você vai descobrir quem você é

Com uma ruga diferenciada, uma cor mais sua

Juntando os pedaços que encontra de si

E no exato momento que se sentir único...

Em cada esquina pelos seus visitada

Se abra, pois chegou a hora de espalhar você

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Trancas Internas

Existem dias que funcionam como longas pausas

Em que parece não evoluirmos nem em respiração

Nem em afirmação, negação, nem as dúvidas trabalham tem dias

As pernas não funcionam, os braços cansados paralisam

A cabeça tenta gritar, mas a boca não obedece...

Responde sarcástica que a greve é geral

Que neste dia nenhuma resposta será dada

Nenhuma janela ou porta se abrirá

Muito menos se trancará pra impedir passagem

Afinal, ninguém vai passar...

A tranca é interna...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Sentido

Sou um poço de conflitos em erupção.

A busca por novos caminhos

Sempre colide com minha pacífica estagnação

E me sinto tão incapaz em dias assim ...

Em que não vejo uma primavera se quer surgindo

Que a vontade é de arrancar, das sementes, flores a força,

Laçar e puxar um sol pra um dia mais comprido

Preciso mudar, crescer, evoluir nem que um milímetro por dia

Ou irei de encontro ao negativo sentido do tempo

E não quero sentidos absolutos, preciso sentir...

E sentir ao menos um novo sentido por dia...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nossa (s) Vida (s)

Descobri que em boa parte dos meus dias sou dos outros

Horas e horas trabalhando, pensando, conversando...

Vivendo mais a vida alheia que sendo quem preciso ser

Engraçado que a gente se ilude tanto nesse papo de:

Eu tenho de ser eu mesmo, sem fingimentos, sem máscaras

E acabamos em tantas e tantas vezes descobrindo

Sobre o que somos quando vivemos a vida dos nossos

Quando partilhamos dos sentimentos, das idéias

E até mesmo dos sonhos e da vida alheia, rsrs

Esclarescendo então esse lance de propriedade vital

A vida é uma só, a minha, a sua... é tudo nosso.