segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dos Nossos Achados (Não Procurados)

Você anda pra cá e pra lá,

Brinca de ser e não ser,

Com o que na verdade, nem sabe se é

Mas sempre chega a hora de decidir

De você optar por chorar ou sorrir

De ir pro céu, ou pra próxima estação

Repousar no frio, ou Desnudar o verão

Fazer da escrita um tanto mais que um traço.

De fazer da busca um tanto mais que um passo

De saber que o que procuramos...

Poucas vezes encontramos

E que o importante é reconhecer os achados...

Não por nós, nem por outros, procurados...

"Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,Mas a poesia (inexplicável) da vida."

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Um mar de Complexidade

Nunca sei de nada, é incrível este poder que tenho de nas coisas mais simples enxergar um romance em mandarim

Transformo frases em sopa de letras, letras em código Morse.

Talvez por isso a necessidade de escrever,

Tentar entender ao menos partes claras, no mar de complexidade chamado "Eu".

ou ao menos tentar observar de fora da janela, se tem alguma parte que faz sentido,

que faz sentir, ou que faça... e só.

Conseguir o que se quer na vida,

É muito menos complexo que saber o que se quer.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Verbo em movimento (Ou... "to voltando")

Só peço que a fome que me angustia não me deixe

Ao menos enquanto os alimentos não me forem suficientes

Enquanto a saciedade para a tal só se der pelas utopias

Enquanto essa comida sem graça, tempero e sem sal

Continuar sendo distribuída como que em substituição...

as fomes geralmente são os meus combustíveis...

complexo, né? ausência ser a impulsionadora

Mas digo e repito

(viver* = antônimo de tudo que nos faz parar.)

Viver* é um verbo em movimento.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Não, é cinza....

Não é que esteja triste

Não é pelo fim do carnaval

Não é pela manhã chuvosa

Não é pela dor de cabeça

Não é da escuridão

Não é da idade

Não é de solidão

Não é de saudade

Não é grave

Nem é agudo

Não é clave

Nem "diminuto"

Simplesmente não sou eu...

Opaco, Inerte e Ranzinza.

É só minha versão mais cinza...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sem vírgulas (Porém abusando das reticências)

A consciência humana é mais pura poesia...

Que traduz o resultado da pele... dos poros...

Traduz em roteiros... idéias

Converte em idéias... roteiros

Que diferencia o ser humano do que o rodeia...

Pensar... medir complexidades... pesar escolhas

Isso é a mágica de ser quem somos

E isso é presenteado a cada um de nós

Mais pobres... menos... mais altos... menos

A pobreza real é a de se deixar levar...

Num impor opinião que valha

Não dizer a vida e a seus caminhos

Nem que por vezes espaçadas

- EU ESTOU AQUI...

E a altura que mais importa é a abstrata

É a que nos faz grandes sem reservas...

sem mesmo que caibamos em... nós

é ser sem vírgulas... sem barreiras... sem limites

É SER... e ponto final.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Das leis e seus transgressores...

Desde pequeno impus algumas leis ao meu id...¹

(¹ aspecto da personalidade relacionado com as reações instintivas

(Como se ele aceitasse imposições... balela...)) voltando ...

A primeira era de que a imagem não seria a prioridade

Em detrimento a tudo que recebemos dos externos

Ainda que soubesse dos leigos filtros imputados em meus olhos

Também pensava que sonhos eram espasmos de realidade

Infusões de magia no meu "consciente burro"

Não enxergava que não é o sonho que precisa da realidade aos seus pés, e sim o contrário... A realidade precisa do sonho pra se manter altiva

Sempre achei que seria feliz só se me mantivesse de pé

Ainda que machucado, ainda que manco, maltratado...

Depois de velho descobri a grandeza de se ajoelhar

Pensava ainda que devia ter tudo planejado...

Traçar uma meta e percorrê-la... Desviando-me o mínimo

Descobri que nem os objetivos consigo traçar

O importante é manter os olhos na direção certa

Ainda que sonolentos...

Ainda que nus...

Ainda que fechados...

Incansavelmente eu continuo a infringir as leis...

Das quais eu mesmo fui o autor...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Escureço-me

Sinto-me na escuridão quando escuto o que não entendo

Pareço de olhos fechados quando vejo meus sonhos se esvaindo

Ponho-me em escuridão quando canso dessa beleza artificial

(a qual hoje é distribuída como em promoção a quem quiser)

Vejo-me na escuridão quando de olhos abertos vejo a cegueira moral

Quando acordado recebo pesadelos do tempo atual

Entrego-me a escuridão enquanto converso com o silêncio

Quando ele me embriaga de sentimentos...

Enquanto em meus espelhos humanos só enxergo o que for pele

Enfim descubro que só na escuridão... Enxergo quem eu sou.

Só de olhos fechados... Vejo o que ninguém vê.