terça-feira, 24 de novembro de 2009

Monólogo a dois - Emaranhado de letras juntas

*Mas o que é a poesia? Se não um emaranhado de letras juntas, de maneira que "pareça" algo belo, quando na verdade podem mencionar algo belo, mas não o ser.

- Como não, se tantas vezes muito mais bela é a descrição, em poesia ou até mesmo em prosa, do que o próprio descrito.

*Impossível, a beleza é intrínseca.... do elemento a que a poesia comenta... e nunca ouvi dizer que o tal empreste-a a descrições, poética ou não.

- Pois muito mais que emprestar... elas partilham suas belezas, partilham tanto que não só nas descrições posteriores ela permanece, mas tmb até antes de ser descrita pelo tal criador a beleza já foi passada adiante, se encontra no seu pensamento.

*Argumentos belos e bobos os seus, a mim não há real beleza que se descreva.

Assim como o gosto não existe até que eu prove,

O cheiro não existe até que eu sinta,

E a musica não existe enquanto longe dos meus ouvidos.

- Pois longe do seu mundo eu quero estar, pois pra mim tudo é certo, tudo é real, até que se prove o contrário. E nada é mais sólido e real que uma letra certeira lhe acertando em cheio... O que diria de uma palavra, de uma frase... A poesia é infinita, imensurável... É a materialização da beleza que guardamos dentro das nossas margens...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

As decisões são...

Não vale a pena esperar...

Tento parar pra iluminar as dúvidas com "conceitos"

Listas de prós e contras, planejamentos... balela

Nada pode imputar certeza de acerto

Na maioria das vezes as decisões são..., são...

A coisa mais indecisa que fazemos

E o tempo é recurso escasso,

E as horas que passamos analisando não voltarão

Pelo contrário, se a decisão trouxer qualquer...

Rabisco de inexatidão...

Pode estar certo que as horas de arrependimento serão maiores.

Portanto, às vezes (diria em quase todas elas)

Mais certo é fechar os olhos,

Respirar fundo

E seguir pela fé (ou qualquer outro abstrato que tiver a mão)

Que esses, ah, esses não costumam falhar.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Aconselhando-me

Rejeito "conselhos", dicas, ajudas verbais

E em razão disso às vezes me tomam de anti-social

O problema é que as verdades suas,

Quase que certamente não serão as minhas

Os problemas que superou, talvez a mim nem apareçam

Os atalhos que traçou, não cruzam meus caminhos

e talvez, ainda pior, levem meu pensamento a abismos

Uma vez me disseram que tudo que me dissessem é balela...

o que vale é o que eu digo a mim mesmo...

Se o que vc disser coincidir com isso.... bem, se não...

Trocando em miúdos:

Conselho é o que já é meu antes de sair da sua boca...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Coisas Velhas - Romântico Atlântico

Passa o tempo, o tempo para, para o vento e aqui dentro não sara.

Continuo, eu, sendo o sarcasmo de um "romântico sem coração".

E qual o sentido do romantismo sem a peça da contradição?

Se um sentimento sozinho é uma utopia sem caminho.

Se meu classicismo não renasce, se sôfrego seguir sozinho.

Se a razão do estado afetivo ultrapassa um pacífico romântico,

Desprezo os índicos, os frios e os vermelhos, e hei de ser o atlântico.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Monólogo a dois - Ainda

- Eu vou, se não tenho escolha, escolhido está... Melhor fingir que aceito a expor obstinação sem intento.

* Daí parti, seis minutos adentro, correndo contra o tempo...

-- Você vem comigo

- Mas não sou feliz ainda, não estou satisfeito ainda, na verdade nem sei quem sou... Ainda.

-- "Ainda" é advérbio de tempo, se na negativa: que não chegou, se no positivo: que não se foi... tempo que não combina em nada com alguns sentidos, quase sempre estes são maiores... Não cabem em tempo algum.

- Pois pra mim o tempo foi maior

-- Pois o certo é que pra ti "a racionalização" foi maior, já neste momento e "ainda" pensa em tempo.

- Ainda é tempo...

-- Por Pouco Tempo

-- Foi infeliz? Nunca amou? Nunca se deu? Nunca te deram?

- Não, não, não e não. Não sei o que sou, mas sei o que não sou.

-- Pois já é mais que o suficiente...

- Ainda bem...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Coisas Velhas - Vencedor

Qual a ventura de se ganhar sempre

Se sem derrotas sigo sempre ausente

Qual a coroa de ser sempre o primeiro

Se não verei nortes que limitem meu inteiro

Triste é ser, sem querer, quem só vence

Triste é a vida de quem a "dor surda" não entende

Triste é alcançar sem memorar o caminho

Triste é vencer, andar adiante e sozinho.