quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Qual o caminho dos sonhos?

Enxergo-me a cada dia mais longe de ser o que queria

De ser o que eu esperava, o que desejava, ansiava.

E a dúvida maior é se o reflexo é o que me engana...

ou se eu que em minha vã filosofia me enganei tanto,

que hoje o que o espelho me mostra é a máxima,

e mentiroso é o meu incólume pensamento...

Busco tanto coisas inalcançáveis que quando vejo...

já não estou correndo atrás do que antes queria,

mas sim ideando algo que justifique minhas falhas

Que prove (não) cientificamente que esse sonho morreu

Que posso sem culpa ou remorso abandonar um caminho

E me colocar na inauguração de outro sonho utópico...

Que pode até me levar a caminho similar ao passado

Mas me ponha de pé e em procissão novamente,

que afinal, visualizar o horizonte e seguir em movimento é o que vale, alcançá-lo... é só mais uma variável.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Coisas Velhas - Bem-Vindo

O que fazer quando as descrenças suprem nossas convicções,
Quando o certo não é mais certo, o longe é cada vez mais perto,
O Tempo corrói meu relógio, calendários são renunciados,
Cobertores jogados a deriva, conservadorismos abdicados.
O veículo-vital transita mais veloz e eu, se desço, sou atropelado.
Então, na inércia vou seguindo, e as revoluções se repetindo.
De novo, só o gosto acre de sentir a mancebia se esvaindo.
De novo sigo único, ermo, contudo, aberto, seja bem-vindo
.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Coisas Velhas - Um Canto

Canto por não encontrar mais canto nenhum pra silenciar
Canto por não saber diferenciar a hora de sorrir da de chorar
Não saber as palavras que se dizem e as que nos fazem calar
Canto por não ter mais mistérios calados dentro de mim
Canto por não ouvir mais as marcações ou tempos verbais
Não sentir mais o ritmo, a poesia, nem saber o que me valha
Canto por não encontrar mais banda que me acompanhe
Canto por cantar, Canto pra contar, ou desencantar
Canto por não encontrar mais canto nenhum pra silenciar

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Vitrola desregulada

Realmente, às vezes, num parece que o erro seja nosso

Talvez seja o tempo que "brincalhão" como sempre

Decidiu inverter os fatos e tornar noite em brilho

Inverter os passos dessa nossa dança sem graça

Pra um movimento risonho e mais espontâneo

Sempre acreditei que na "discoteca" dos nossos tempos

As caixas ressoam, sim, pra gente, mas o controle...

ah o controle desse toca discos velho e desregulado

Está longe, alto, muito além do nosso parco alcance

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Coisas Velhas - Deixe-se

Abra suas portas com maior freqüência
Deixe as trancas abertas para sentimentos que nunca sentiu
Que possam lhe fazer o bem... ou o contrário e daí?
Se tudo se aglomera lá dentro e no final você sempre sai maior
A soma de sentimentos reais nunca nada subtrai, só multiplica.
Deixe os sons entrarem, te dizerem ao inconsciente coisas que nem o mais louco dos conscientes diria.
Deixe o bom pecado entrar, deixe-se também sair.
Deixe de tudo deixar, e depois deixe coisas diferentes.
Deixe entrar tudo que todos desaprovam,
Talvez só pra desaprovar também, mas com autoridade
Ponha-se na estrada, e até conselhos bestas como esse...
Deixe pra trás.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Coisas Velhas - Cada palavra

Toda musica tem um acorde secreto
Todo olhar traz um pensamento consigo
Cada palavra representa uma infinidade de decisões
Cada frase explana séculos de reflexão
Cada objetivo carrega no mínimo três subjetivos
Um que nega, um que afirma e um que desafia.

Talvez tudo que já aprendi sobre tudo, seja falso
Talvez nada do que fiz, fez sentido
E tudo que havia sentido... nunca se fez

Você não consegue ser imune às pedras que atira
Não consegue fugir do que ontem provocou
Não consegue ser feliz por completo, sozinho
Porque sozinho nem completo você consegue ser.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Coisas Velhas - Sem título e Sem gosto

Vida insípida, inodora e incolor

Gosto de frio, cheiro de vazio.

Jeito de sólida, soneto de solidão.

E continuo suportando-a a meio fio.

Quase sempre sem ritmo e na contra-mão.

Ah! Se ainda me doesse...

Saberia a origem dos males,

Dos que maltratam e dos que "só destratam"

E dos males qual o maior?

O que me afeta ou o que nem se importa comigo?

No meu próximo existir quero sentir a vida mais de perto,

Seus amores, suas cores, e porque não, suas dores.

Só se sente em vida quem a vida sente.