quarta-feira, 3 de junho de 2009

Coisas Velhas - Linhas Secas

Seco, sigo desalmado.

Meus papiros sem cor, meu livro sem autor, minha vida sem sabor.

Seco, sigo descuidado.

Meus amores passando e eu não os vendo: repasso,

Seco, sigo abandonado.

Sem coração, sem humildade, sem húmus, sem umidade.

Seco, sigo desumano.

E saber que a desumanidade é padrão, me seca mais a cada ano.

Seco, finjo não olhar pro lado, finjo não te ver, finjo secar.

Finjo ser quem?

E os olhos secos anunciam uma dureza que não são deles...

Mas que roubam a cena da minha seca face.

8 comentários:

Marie disse...

seco? então como uma plantinha...vou te regar...bjs

Paloma Flores disse...

No final das contas, somos todos um bando de secos. Não nos importamos com nada além do próprio nariz.
E o mundo segue cada vez mais desumano.
=\

clarice ge disse...

de tanto fingir o que somos acabamos sendo o que não somos... orvalhe-se...
dia bom pra ti

DBorges disse...

"Meus papiros sem cor, meu livro sem autor, minha vida sem sabor."


Foi realmente agradável ler isso. Pode não ser pra você, mas, foi pra mim.
Adoro saber das mazelas humanas, do pior, do que ninguém gosta.

;*

caah müller. disse...

as vezes as coisa perdem o sentido as vezes elas secam até mesmo sem sentir !
Bom os textos ;*

Menina Nina disse...

Tbm tenho umas fases bem "secas"... mas geralmente consigo superar...

Natali Assunção disse...

Texto interesante, gostei.)

Obrigada pela visita.

=)

Raio disse...

Adoro o modo como você escreve... Me vejo em cada estrofe, em cada verso, em cada sílaba.


Escritos lindos! Boa Semana!