Chega de disfarçar! O mundo não é tão simples como eu demonstro às vezes.
Eu pinto um mundo fácil... que é o que enxergo na maioria das vezes, mas nem sempre ele se mostra nos mesmos traços quando em outro "ponto de vista".
Às vezes ele pede uma tinta mais fosca, às vezes mais rústica, às vezes mais escura.
Não tem como pintar o traço de uma desilusão, por exemplo, de laranja.
Antes um mundo mesclado com relâmpagos de cores mortas que um mundo com o colorido falso da alienação.
Não tem como dizer que o vermelho da paixão é o mesmo vermelho da dor, qualquer um nota a diferença, pode ser a mesma cor, mas a tonalidade dada pelo sentimento é que traduz a real intenção do traço.
O Rosa do amor e da fragilidade se escurecido, ou olhado sobre uma luz sentimental diferente se torna o roxo das mágoas, e você já reparou a proximidade infeliz dessas duas cores?
Não, não sou infeliz, calma!
Mas enxergo que mesmo no meio do meu otimismo surgem rabiscos na contra-mão.
E depois que aprendi isso me desencantei claramente com pinturas totalmente vivas, completamente alegres, cheias de "energia". Elas soam como uma música de arranjos bem trabalhados, mas com uma letra insípida.
Um quadro real sempre passa cores e sentimentos diversos.
É a beleza colorida da contradição...